De acordo com a nova edição do estudo “TIC Educação 2022”, do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), 52% das escolas estaduais e 46% das escolas particulares de níveis fundamental e médio no Brasil, possuem 51 Mbps ou mais de velocidade em sua conexão principal. Nas escolas municipais, 29% relatam esse alcance.
Em áreas rurais, 85% das escolas estão conectadas, mas apenas 22% das escolas estaduais e 11% das escolas municipais possuem velocidades de conexão iguais ou superiores a 51 Mbps.
“Ainda não há universalização do acesso e os alunos esbarram em dinâmicas de atividades das escolas que limitam esse crescimento”, explicou Daniela Costa, coordenadora da pesquisa TIC educação. Algumas dessas limitações incluem falta de computadores para os alunos e insuficiência da capacidade de uso da rede, que não suporta muitos acessos ao mesmo tempo.
Neste sentido, o estudo revela que, apesar de 94% das escolas de educação básica possuírem acesso à internet – um significativo aumento pós-pandemia de covid-19 – apenas 58% delas possuem computadores e conectividade adequada para uso dos alunos.
Isso impacta diretamente na chamada conectividade significativa no ambiente escolar. A falta de disponibilidade de computadores para uso na escola (84%) e a falta de acesso à internet para atividades educacionais (53%) são citados pelos professores como os principais motivos para não usar recursos digitais em aula.
O Governo Federal e o Ministério das Comunicações, prometem que até 2026, as 138,3 mil instituições de educação do país serão beneficiadas com conectividade para uso administrativo e pedagógico, com velocidade de 1 MB por aluno, através de um investimento de R$6,5 bilhões, oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Leia: Por birra, Kim Kataguiri impede acordo de roaming com Mercosul na Câmara
Letramento digital e formação de professores
A pesquisa também destacou a importância das escolas e dos educadores no letramento digital dos estudantes. 61% dos professores afirmaram ter apoiado alunos no enfrentamento de situações sensíveis vivenciadas na internet, como o uso excessivo de jogos e tecnologias digitais, cyberbullying, discriminação, disseminação de imagens sem consentimento e assédio.
Em relação à formação continuada, 56% dos professores de escolas de Ensino Fundamental e Médio participaram de treinamentos sobre o uso de tecnologias digitais em atividades de ensino e aprendizagem nos 12 meses anteriores à pesquisa.
O governo, prefeitura e Secretaria de Educação foram as principais fontes de formação para professores da rede pública, enquanto as escolas particulares priorizaram treinamentos internos e formações oferecidas por empresas de tecnologia.
A nona edição do TIC Educação é inédita no pós-pandemia, feita em formato presencial com 1.394 escolas de ensino fundamental e médio e, pela primeira vez, incluiu gestores escolares, coordenadores pedagógicos, professores e estudantes de áreas urbanas e rurais. A coleta de dados foi feita entre outubro de 2022 e maio de 2023.