Como a IoT impacta pequenos agricultores, segundo cooperativas

Como a IoT impacta pequenos agricultores, segundo cooperativas

Drones e sensores são equipamentos distantes da realidade da agricultura familiar que ainda se conecta, em grande parte, pelo 3G. Mas isso não significa que a IoT já não faça parte de suas atividades. 

Durante o evento AGROTic nesta quarta, 20, atores de diferentes áreas do setor agro falaram sobre os desafios do acesso às tecnologias digitais no campo e as soluções existentes.

Organizados em cooperativas para que possam permanecer competitivos em meio aos grandes produtores, os pequenos agricultores dos estados do Paraná e Mato Grosso, por exemplo, contam com plataformas digitais propiciadas pelas próprias cooperativas.

Elas facilitam o contato com compradores, geração de certificação (selos) que garantam a qualidade dos produtos, entre outras facilidades, contou Claus Reiner, diretor do Centro de Conhecimento e de Cooperação Sul-Sul e Triangular do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

Reiner defende que antes de tudo, a assistência técnica digital é crucial na agricultura familiar que também necessita de acesso às novas tecnologias e métodos de produção. Contudo, como é sabido, as áreas rurais são as menos conectadas. 

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Quase todo agricultor possui um celular, nem sempre smart e raramente com tecnologia 4G para permitir melhor uso das aplicações disponíveis, ressaltou Adriana Gregolin, coordenadora regional do projeto +Algodão na FAO, braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para Food and Agriculture, na sigla em inglês. 

“Apesar de o Brasil estar bem posicionado a nível de acesso à internet nas áreas rurais em comparação com os demais países da América Latina e Caribe, os desafios ainda são grandes. 89% das pessoas nessas localidades têm telefone móvel, no entanto, a banda que acessa é normalmente 3G precisava ser pelo menos 4G”, disse.

Gregolin também frisou que o projeto +Algodão abrange vários países da América Latina e parcerias com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e outras entidades visam promover o desenvolvimento tecnológico no setor e neste tipo de cultura, utilizando ferramentas digitais para melhorar a eficiência hídrica, fazer o monitoramento de pragas e doenças e intercâmbio de informações e educação.